EXPOSIÇÃO HOMENAGEIA O MULTIARTISTA ZIRALDO

De sábado agora até a 20 de fevereiro do ano que vem, a exposição “Terra à vista e Pé na lua” abre as comemorações dos 100 anos do Museu Histórico Nacional no próximo ano e tem como foco a aventura humana rumo ao desconhecido – pelo olhar visionário e atemporal de Ziraldo.  Artista cuja produção se faz presente no imaginário de brasileiros e brasileiras de todas as idades, a exposição, que também homenageia os 90 anos de Ziraldo em 2022, leva o visitante a livros, personagens, ideias, e mesmo objetos de trabalho, que marcam a trajetória de Ziraldo.

Das navegações marítimas até as conquistas espaciais, o trabalho do artista se une conceitualmente às coleções do Museu Histórico Nacional via códigos QR espalhados ao longo da cenografia. A curadoria e direção de arte são de Adriana Lins e Guto Lins, que contaram com o apoio e a participação do Instituto Ziraldo. A cenografia é assinada por Susana Lacevitz e Philppe Midani.

Segundo Vania Bonelli, diretora Interina do Museu Histórico Nacional, para dar início às comemorações do centenário do MHN em 2022, “a fantástica criatividade” de Ziraldo e seus super-heróis é uma “verdadeira odisseia”. “Ao retornarmos à alegria, convidamos as mais diversas gerações para navegarem no tempo e no espaço, reafirmando a frase do Menino Maluquinho: ‘que maluquinho que nada! Eu sou danado de feliz!’”, conclui.

“Ao unir as criações de Ziraldo ao acervo do MHN, a mostra convida públicos de todas as idades a reler o passado e recriar o presente de forma lúdica, contando histórias de vários Brasis”, aponta Christiana Saldanha, gerente do Instituto Cultural Vale. “Para nós do instituto, faz muito sentido estar ao lado de iniciativas como essa, que abrem oportunidades de aprender, se inspirar e criar em contato a história e com a arte”, diz.

A exposição

Pátios e galerias de exposições temporárias do térreo do MHN servem de espaço para as criações de Ziraldo. No pátio Minerva, painéis, alguns medindo até dois metros, reproduzem histórias e personagens de Ziraldo, como o Menino Maluquinho e Zeróis. No pátio dos Canhões, transformado em “praça da Amizade”, os canhões ‘atiram’ flores e é ‘habitado’ por personagens de Ziraldo em escala humana.

Nas três salas que a exposição temporária ocupa, o visitante vai conhecendo um pouco da história do artista -como a sua chegada ao Rio, o início da carreira, o trabalho na imprensa e o reconhecimento nacional – enquanto mergulha no universo de Ziraldo e de suas criações em diferentes suportes, como quadrinhos, tirinhas, cartazes e livros.

Na vasta galeria criativa do artista, alguns rostos e traços são muito conhecidos, outros nem tanto, mas estão todos lá: super-heróis, onomatopeias e o próprio Ziraldo em uma caricatura em tamanho real. Alguns itens pessoais, como a antiga máquina de escrever, a clássica cadeira de bar, além de edições originais de algumas obras, são marcas históricas de uma carreira iniciada ainda nos anos 1950 e que o público poderá conhecer de perto.

Ações educativas

Durante todos os sábados em que a exposição estiver em cartaz (exceto nos dias 24 e 31 de dezembro), monitores realizam com crianças visitantes uma atividade lúdico-educativa com o apoio de um caderno de atividades desenvolvido especialmente para a exposição.

Durante os dias úteis, a atividade é voltada apenas para escolas agendadas nos formatos presencial e virtual. O caderno também estará disponível on-line, assim como outros materiais relacionados.

No dia 30 de novembro, acontece a atividade on-line “O alfabeto começa com Z”, voltada para pesquisadores e professores da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Posteriormente, o encontro ficará disponível no canal do YouTube do MHN para acesso público.

O artista de todos

Ziraldo Alves Pinto nasceu em Caratinga (MG) em 1932. Com reconhecimento nacional e internacional, tem atuado profissionalmente nos contextos social, político, ambiental e educacional em mídias jornalísticas, literárias e de entretenimento.

Ícone cultural do Brasil, seu acervo tornou-se referência para a identidade e memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. Pioneiro no design, revolucionário na literatura infanto-juvenil, ativamente engajado em temas sociais e políticos.

Um intuitivo e criativo crítico de costumes, Ziraldo atinge contextos universais e atemporais. Seus livros, combinando texto e imagem na estética que acabou por definir sua marca, trazem, desde sempre, a ecologia como prática de sobrevivência e solidariedade.

A exposição pode ser visitada, a partir de 20 de novembro de 2021, de quinta a sábado, das 10h às 16h. A entrada é franca e não há necessidade de retirada antecipada de ingressos. Para ter acesso às dependências do museu, o uso de máscara é obrigatório, assim como a apresentação do comprovante de vacinação contra a covid-19, de acordo com Decreto da prefeitura do Rio.