Deu no New York Times: uma das grandes apostas gastronômicas para 2023 é de mais mar à mesa. Segundo o jornalão americano, o ano marcará a chegada às gôndolas e menus dos melhores restaurantes da praça, de itens pouco usuais como algas e ouriços marinhos (vai encarar?). E para harmonizar essa brincadeira, vinhos mais leves, principalmente os brancos, ganharão destaque entre os consumidores.
Nos restaurantes, os chefs estadunidenses estão combinando a boa e saborosa comida japonesa com a de diversos países, da Itália ao Peru. “Chefs de todo o mundo, muitos descendentes de japoneses, estão fundindo ingredientes japoneses ou técnicas culinárias com alimentos que adoram”, afirma um estudo da AF&Co e Carbonate, duas empresas que elaboraram um relatório anual de tendências em hospitalidade.
Notadamente os pesquisadores americanos não vieram ao Brasil, onde algumas misturas pra lá de inusitadas encontram seus fãs. Entre elas, o Acaramaki (um bolinho de arroz empanado e frito no azeite de dendê, igual a um acarajé, mas com recheio de temaki), sushis doces com goiabada, temaki em pote ou um clássico: o sushi com arroz, lasanha e salada no prato do self-service
Já a consultoria alimentar Lantern, que produz o “World Gastronomic Trends”, afirmou que 55% de cada peixe capturado hoje é desperdiçado, o que tem levado alguns estabelecimentos a apostar no aproveitamento de todas as partes do peixe e a levar essa diversificação até ao consumidor. Esta é também a razão pela qual começam a surgir novos espaços como por exemplo os “talhos do peixe”, em Portugal, onde o cliente é convidado a experimentar diferentes partes das espécies marinhas capturadas.
Para concretizar esta tendência, a Lantern antevê uma maior aposta na curadoria e maturação do peixe, prolongando a sua vida útil; a oferta crescente de opções à base de peixe e marisco como uma alternativa mais saudável às carnes; a criação de novos produtos à base de peixe, como as massas; e ainda uma aposta fortificada na narrativa em torno do peixe capturado.
E no quesito bar, a aposta é em vinhos que não vão deixar você mal no dia seguinte. De acordo com Paulo Branner, diretor da escola Eno Cultura, os brasileiros podem esperar vinhos com menos álcool, que se afastam da marca de 14% de teor. Segundo ele, o vinho tinto ainda é muito forte no país, mas uma mudança ganha força. “Não estou dizendo que 2023 vai ser o ano do vinho branco, mas é uma categoria que cresce”, diz. Com bons representantes leves e frescos, a categoria vai de encontro ao clima quente no país.