CANA&AIPIM: DESTAQUES NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA DO RIO DE JANEIRO

Por Chico Junior

O historiador e folclorista Luis da Câmara Cascudo, autor do icônico livro “História da alimentação no Brasil”, definiu a mandioca como “a rainha do Brasil”

No Estado do Rio de Janeiro ela é quase isso, considerando que o aipim/mandioca é a cultura agrícola mais representativa, presente em 70 dos 92 municípios fluminenses e responsável, no todo ou em parte, pelo sustento de mais de 4.600 pequenos produtores da agricultura familiar. De todas as culturas do estado, a do aipim é a que mais se espalha no território fluminense, presente em todas as regiões. O maior produtor é São Francisco de Itabapoana (faturamento = R$ 37,8 milhões).

A cultura do aipim/mandioca não é, porém, a responsável pelo maior faturamento bruto na economia agrícola do estado. No topo da lista está a cana de açúcar. Concentrada basicamente na região Norte, em 2021, segundo a Emater, foram colhidas mais de 3,2 milhões de toneladas de cana de açúcar, que correspondeu a um faturamento de R$ 420,5 milhões. O maior produtor é Campos dos Goytacazes, com 1,913 milhões de toneladas, seguido de São Francisco de Itabapoana, com 1,04 milhões. Considerando, ainda, o cultivo de outros três tipos de cana (para a produção de cachaça, para a produção de caldo e a forrageira, usada na alimentação animal), o faturamento bruto da cana chega a R$ 436,5 milhões (16,5% do faturamento total do estado). São 3.720 produtores localizados em 29 municípios.

O aipim/mandioca é o segundo produto no ranking da produção agrícola do estado, mas bem distante da produção canavieira, com 223,2 mil toneladas e faturamento bruto de R$ 160 milhões. Em terceiro, com 144,5 mil toneladas, vem a produção de alface, na qual Teresópolis se destacou como o maior produtor, com 1.600 produtores.

O tomate vem em quarto lugar (116,8 mil toneladas), sendo Sumidouro o maior produtor, com 608 produtores que colheram 22,2 mil toneladas em 2021. Em quinto lugar e liderando o ranking de frutas está o abacaxi, com 107,3 mil toneladas e tendo como principal produtor, mais uma vez, o município de São Francisco de Itabapoana.

O chuchu, com 101,9 mil toneladas colhidas, vem em seguida, com 101,9 mil toneladas colhidas. O maior produtor foi São José do Vale do Rio Preto.

Mais de 53 mil produtores

Pode não parecer, mas, embora o Estado do Rio de Janeiro não seja um estado eminentemente agrícola, a Secretaria de Agricultura registrou, por intermédio da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro), em 2021, mais de 53 mil produtores agrícolas (50.429 em 2020), a imensa maioria de pequenos produtores da agricultura familiar. Mesmo considerando que vários desses produtores se dedicam a mais de uma cultura, esse é um número bastante elevado, que forma um setor que teve um faturamento bruto de mais de R$ 2,6 bilhões (um aumento de 24% em relação a 2020) e colheu mais de 36,4 milhões de toneladas de alimentos.

– A agropecuária fluminense se destaca por sua produção e graças à agricultura familiar os números do estado são bastante expressivos”,  diz Alex Grillo, Secretário de Estado de Agricultura. “Em 2021, ocorreu aumento de 32% no faturamento do estado proveniente das atividades agropecuárias (considerando, nesse caso, os números da bovinocultura). A Secretaria de Agricultura tem vários programas de incentivo para que os produtores possam alavancar sua produção. Vamos continuar trabalhando firme para o fortalecimento do agronegócio do nosso estado”.