Bruno Agostini
O empresário Raphael Vidal foi um dos responsáveis por transformar o Largo de São Francisco da Prainha em um dos lugares mais animados do Rio, com suas mesas ao ar livre e shows de samba. É o coração boêmio e cultural da região denominada Pequena África, na Zona Portuária. Cada um de seus bares, que ocupam o casario colonial característico do local, tem um conceito diferente. E também cada qual tem uma feijoada para chamar de sua.
– Por aqui as tias baianas foram fundamentos da nossa formação cultural afrodescendente: música, gastronomia e religiosidade se entrelaçaram em seus quintais e ganharam o mundo. Nasce daí a tradição da feijoada, que no sincretismo necessário naqueles tempos, entrelaçava São Jorge e Ogum, orixá guerreiro que tem como um dos seus elementos de axé o feijão. Seguindo esse caminho, o Circuito das Feijoadas do Largo da Prainha reúne Casa Porto, Bafo da Prainha e Dois de Fevereiro com três tipos diferentes do prato sempre de sexta a domingo – diz o empresário.
No Bafo da Prainha é a feijoada tradicional do Rio: com feijão preto, costelinha, paio, linguiça de porco, toucinho, calabresa, carne seca, servida com farofa de cebola assada, couve-manteiga e arroz, além de laranja e barriga de porco assados na brasa.
Na Casa Porto ela é feita com feijão vermelho, joelho de porco, toucinho, paio, linguiça de porco e carne seca, além de torresmo, farofa de couve, banana e bacon, laranja e arroz.
Já no Dois de Fevereiro, restaurante apaixonado pela Bahia, eles servem a tradicional feijoada de Salvador, preparada com feijão carioquinha, peito de boi, mocotó, linguiça de porco, calabresa, toucinho e carne seca, além de farinha, torresminho, couve na manteiga de garrafa, laranja e arroz.