ARTIGO: TAP É SOLUÇÃO DEFINITIVA PARA O GALEÃO

Washington Quaquá*

Eu venho sustentando há alguns meses a ideia de o Brasil entrar na briga pela privatização da TAP. Companhias aéreas não são empreendimentos muito lucrativos, como negócio privado, mas são estratégicas para uma nação. O governo de Portugal está com dificuldades de sustentar sozinho a TAP, mas também não quer vendê-la para uma companhia que não tenha e respeite a estratégia de desenvolvimento do país.

Se ingleses ou franceses comprarem os Transportes Aéreos Portugueses irão reduzir bastante o hub de voos e conexões para o aeroporto de Lisboa. São economias europeias em competição.

Já o Brasil não apenas não compete com Portugal como são, os dois, complementares e podem um ajudar a alavancar os negócios e o turismo entre eles e deles com outras economias e continentes. Seria uma boa para o Brasil! Mas seria melhor ainda para o Rio de Janeiro se o hub do hemisfério sul da futura TAP/BR fosse o aeroporto do Galeão.

O governo do Estado e a prefeitira do Rio podem e devem se associar ao governo federal para negociar com o governo português e com a União Europeia para discutir a nossa participação (do estado brasileiro) no capital social e na cogestão estratégica da TAP, transformando-a numa companhia aérea binacional e transcontinental, que opere voos do Galeão (Brasil e América do Sul) e Lisboa (Europa e Ásia) e destes dois hubs para África; Caribe e América do Norte.

Além de ser a salvação definitiva do Aeroporto do Galeão será um imenso impulso para a economia do Estado do Rio de Janeiro e de todo o Brasil.

Aviação é turismo, é carga e são fluxos de negócios. Além de relações políticas e sociais. Um país que se quer vanguarda de um bloco econômico, liderando a América do Sul, e avançando para a liderança do Hemisfério Sul, precisa ter estratégias ousadas de inserção no mundo. A compra da TAP em parceria com Portugal e sua transformação em TAP/BR é um passo importante para isso.

*Washington Quaquá é sociólogo e um dos editores da RIO JÁ