AS CARAS E AS CORES DO RIO

Todo ano, a partir do final de julho, anunciando previamente a chegada da Primavera, os ipês colorem as ruas de grande parte das cidades brasileiras com tons variados de rosa e roxo. Depois vêm os amarelos, que ostentam o robusto título de “árvore-símbolo do Brasil”. E por último – e muito raros – os brancos, que florescem apenas dois ou três dias de setembro.
Em tempos tão áridos, admirar a floração dos ipês – que já foi brincadeira de criança em muita periferia – não perdeu sua graça no Rio de Janeiro. Ao contrário, virou até mania, incentivada pela prefeitura. O belo espetáculo da natureza – indiferente à ação nociva do homem – é a estrela de um projeto simpático da Fundação Parques e Jardins (FPJ), vinculada à Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
O inédito ‘Roteiro dos Ipês’ começou com meia dúzia de fotografias, feitas pelos próprios moradores – ou “caçadores de ipês” – em diferentes pontos da cidade. Hoje, reúne mais de 150 belas imagens das árvores populares que enfeitam democraticamente desde os bairros da opulenta e verdejante Zona Sul aos da pouco arborizada Zona Oeste.
Longe das praias desejadas dos cariocas – e nunca tão proibidas como foram no último verão da ‘segunda onda’ -, a exótica perseguição aos ipês deixa encantados alguns meninos e meninas do Rio. E nesse novo cenário pós-pandemia, dragão tatuado no braço não parece ter a mesma graça.
“Sempre fui apaixonada por ipês, inclusive tenho um tatuado na pele. Não consigo ver um florido e não tirar uma foto. Os ipês floridos deveriam ser uma atração turística”, derrete-se a bióloga Bruna Caldas, aplaudindo a iniciativa de reverenciar a mais nova, simples e poética maravilha do Rio.
A arquiteta Carolyne Aguiar, moradora de Laranjeiras, também se declara: “Ipê é a minha árvore preferida pela variedade das cores. Confesso que o branco me encanta mais pela dificuldade em localizá-lo. Agora estou ainda mais feliz em saber que posso achar um ipê branco ou da cor que eu quiser, seguindo as dicas desse roteiro lindo”.
E você, não sabe por onde começar? O ‘Roteiro dos Ipês’ traz a localização exata dessas árvores frondosas e floridas para que a população possa contemplar a beleza da espécie e suas variantes em diferentes regiões do Rio. E ainda tem dicas de como plantar um ipê e como cuidar de uma muda e de uma árvore já adulta – uma boa ideia para incentivar a arborização na cidade.
O roteiro está disponível no site oficial e nos seus perfis da FNJ no Instagram e Facebook. E se depender de gente como Bruna e Carolyne, ano que vem tem muito mais.

“Sempre fui apaixonada por ipês, inclusive tenho um tatuado na pele.
Não consigo ver um florido e não tirar uma foto. Os ipês floridos deveriam
ser uma atração turística”. Bruna Caldas, bióloga

“Ipê é a minha árvore preferida pela variedade das cores. Confesso que o branco me encanta mais pela dificuldade em localizá-lo. Agora estou ainda mais feliz em saber que posso achar um ipê branco ou da cor que eu quiser, seguindo as dicas desse roteiro lindo”. Carolyne Aguiar, arquiteta