Ricardo Bruno – Chefe de Redação
Sonhar não custa nada, velho clichê, traduz à perfeição a expectativa gerada pela escolha de Fernanda Torrres como melhor atriz no Globo de Ouro. Brasileiro é assim, acredita muito e sonha fácil; carioca radicaliza e, desde que a nossa conterrânea emocionou o país ao ser reconhecida em uma das maiores premiações do cinema mundial, uma vitória inédita no Oscar, cuja festa está marcada para o dia 2 de março, passou a fazer parte de nossas especulações mais otimistas.
Não se fala em outra coisa na Tijuca.
É fácil de explicar: Fernandinha, brilhante filha da Fernandona, não apenas nasceu na Tijuca, como cultua o bairro em que foi criada.
Hoje vive na Lagoa, que usa sempre que pode para caminhadas, quando não tem chance de ir à praia, mas não nega suas raízes. Como se diz, e ela admite: a gente sai da Tijuca, mas a Tijuca nunca sai da gente.
Aydano André Motta precisou correr para escrever uma deliciosa crônica sobre a relação de grande intimidade e amor entre Fernanda e o Rio. Mas ele conta que, embora dialogue muito com a sua cidade, Fernanda também é reservada. O escritório-biblioteca é a peça que mais frequenta no apartamento em que vive com a família: “Tenho necessidade muito grande de me isolar”.
É ali que consegue, cercada de memórias e muitos livros, cuidadosamente organizados na estante herdada do avô, o médico Manuel Torres, com bonecos temáticos que anunciam o gênero das obras: Shakespeare na parte de teatro; Einstein na de ciência; Napoleão na prateleira de história.
‘Rio Já’ não podia deixar de dedicar sua capa à atriz carioca do momento e de tantas décadas de sucesso. Mas foi muito além.
Jan Theophilo conta a deliciosa história do Parque Lage, que vai passar por uma grande reforma, e que teve como seu primeiro dono – quem diria? – o homem que dá nome à Lagoa, Rodrigo de Freitas.
Luisa Prochnik ensina que há muitas e muitas formas de ver o Rio – igualmente maravilhosas, tanto quanto as mais acessíveis. Ela conversa e relata impressões de cariocas que escolheram o privilégio de usufruir três visões diferentes do paraíso: os ciclistas, os montanhistas e os praticantes de esportes aquáticos, como stand up paddle. Por óbvio, prepare-se para imagens deslumbrantes.
Marcelo Macedo Soares descobre e relata um novo empreendimento que agita o norte fluminense: a venda da melhor cachaça de Campos para a Europa. Certeza de sucesso.
Bruno Agostini abusa de seu amplo conhecimento para fazer um balanço das grandes novidades da gastronomia do Rio, relembrando restaurantes e bares que enriqueceram o cada vez mais sofisticado paladar de nativos e turistas do estado.
E Caroline Rocha avisa que estão abertas as inscrições para o Circuito Teatral Jovem 2025, que premiará com patrocínio integral da montagem vencedora o roteirista, o diretor e os atores de uma produção que tenha como tema “Rio de Janeiro, pelo ponto de vista do carioca”.
Que venham novas Fernandinhas!