Bruno Agostini
Com as inaugurações do Suru Bafo, na Lapa, e do Capiau, no Beco das Sardinhas, fica ainda mais clara essa tendência gastronômica de se cozinhar na brasa e no carvão, com processos de defumação que dão sabor à comida. É como um retorno às origens.
– Há quantos anos não funciona no Centro do Rio um restaurante com fogão a lenha? – perguntou o agitador cultural Raphael Vidal, elemento fundamental na revitalização do Largo da Prainha, junto à Pedra do Sal, através de seus bares, como a Casa Porto e o Bafo da Prainha.
Ele é o nome por trás do Capiau, que abriu as portas no fim de novembro, com proposta de servir uma comida caipira, como antigamente, preparada longamente no fogo de lenha. Para a empreitada foi ao interior de São Paulo, mais precisamente o Vale do paraíba, para encontrar o chef Diego Melão, especialista nesta culinária que é a cara do Brasil.
Do mesmo modo, não muito longe dali, no início da Rua da Lapa, alguns dias antes abriu a porta o Suru Bafo, logo em frente e dos mesmos sócios do Suru Bar. No menu, carnes assadas na churrasqueira de bafo, com brasa de carvão, com cardápio que valoriza peças menos obvias, como ossobuco marinado no vinho tinto, e outras que são clássico deste tipo de fogo, como cupim e costelinha de porco. É cozinha à moda antiga no Centro Antigo do Rio.
EM TEMPO…
Falando em Capiau, o bar antecipou a inauguração para poder participar do festival Botecar, que vai até o dia 20 de dezembro, reunindo 40 dos melhores bares da cidade. Com origem em Belo Horizonte o evento teve como mote a música carioca: cada bar deveria criar um petisco com inspiração em alguma canção, compositor ou intérprete que faça parte disso, nascido no Rio ou ilustre morador da cidade. O Baixela, por exemplo, rende homenagem a Caymmi, com o seu petisco Rainha do Mar, um bolinho de peixe com arroz e maionese de dendê. Enquanto isso, o Capiau foi de funk, servindo o seu Claudinho: pão de queijo grelhado no disco de arado e ‘moiado’ com carne de lata de bochecha de porco.
