Pouco importa a potência daquele pequeno Indiana Jones que resiste no fundo do seu coração. Seja você menos ou mais aventureiro, se a proposta for viver a experiência de uma viagem que é, literalmente, um mergulho na natureza, Mauá é o próximo destino. Como se sabe, existem mais de 120 cachoeiras catalogadas oficialmente pelo Instituto Chico Mendes na região. E como apresentar todas seria editorialmente impossível, listamos as três cachoeiras mais bacanas do pedaço, com base nas dicas dos moradores da vila da Maromba, a que concentra o maior número delas.
A mais conhecida, mesmo entre quem nunca veio a Mauá, é a Cachoeira do Escorrega. Seu nome vem da pedra lisa, por onde corre a queda d’água, de aproximadamente 20 metros de extensão. “Aqui a turma se diverte. Além de descer sentado, de peito, ou ‘trenzinho’, no verão a garotada aqui da região desce de pé, que nem surfe, e depois tentam pedir uma grana dos turistas que fizeram foto”, entrega “Seu Dênis”, administrador do estacionamento próximo ao Escorrega (R$ 20 cada carro).
Mas o Escorrega não é mágico só por deslizadas na pedra, ou mergulhos no poço, que forma uma piscina natural. É que logo acima da queda d’água ficam as principais nascentes dentro do Parque Nacional de Itatiaia. Ou seja, as águas que passam por ali vêm direto da natureza, sem intervenções poluidoras de quaisquer centros urbanos. Com tudo isso, não é à toa que ela é uma das mais procuradas pelos viajantes, portanto para usufrui-la em plenitude convém acordar cedo. As águas são frias no verão e geladas no inverno.
A segunda visita imperdível é a Cachoeira de Santa Clara, a de acesso mais fácil, em uma caminhadinha na mata de 300 metros, tranquila mesmo para crianças pequenas ou idosos. Aqui não há estacionamento, ou seja, você terá que deixar na estrada, o que em alta temporada fica mais complicado. O truque é estacionar antes da primeira ponte que atravessa o Rio Preto. Mas ao final da trilha o visual, no meio do mato, e cheia de pássaros coloridos avistados com facilidade, é de um monumental escorrega de mais de 30 metros de altura, por onde escorrem as águas num ângulo quase vertical. Para efeitos de comparação, o Brasil conta com dois dos maiores toboáguas em altura do mundo, com descidas no estilo queda livre: o Kilimanjaro, com 49 metros, no Aldeia das Águas, em Barra do Piraí; e o Insano, com 41 metros, no Beach Park, em Alquiraz (CE). Além do poço, que forma uma piscina que chega aos cinco metros de profundidade, os sensatos que não quiserem se arriscar nesse tobogã insano, podem se refrescar apenas se aproximando do ponto onde a água borrifada oferece uma verdadeira ducha natural.
Agora, para um verdadeiro amante da natureza, nada se compara àquela que deixamos para o final: a cachoeira Véu de Noiva, considerada uma das mais lindas do Brasil. Para visitá-la é preciso deixar novamente o carro na estrada e atravessar uma trilha de pouco mais de 100 metros, com direito a uma ponte de tábuas sobre o rio no meio do caminho. Agora, no inverno, por mais que o Instituto Chico Mendes tenha tentado facilitar a vida do visitante colocando cordas para servir de apoio, o caminho fica enlameado e escorregadio, cheio de pedras cobertas de limo. Nada do outro mundo, mas convém prestar atenção. Finalmente chega-se à recompensa. Uma queda d’água vertical, também de mais de 30 metros de altura (um prédio de 10 andares) que também termina em uma piscina. A sensação de paz neste lugar é algo difícil de descrever, mágico, que só é perceptível quando você vier conhecer. (J.T.)
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