OS CARIOCAS OLÍMPICOS SE DIVERTEM

Ana Vitória Magalhães, a Tota, ciclista de estrada, treina, compete e curte a vida ao ar livre

Luisa Prochnik

No mês de julho, em Paris, na França, eles poderão ser vistos em tatames, tablados, nas quadras, no asfalto, na piscina, no mar. Atletas cariocas vão preencher esses espaços e a Vila Olímpica levando histórias sobre o Rio de Janeiro, enquanto escrevem suas próprias histórias em solo francês. Mas e quando estão por aqui, por onde será que eles andam? Em tatames, tablados, nas quadras, no asfalto, na piscina, no mar, também, claro. A vida de um atleta de alto nível tem muito treino e pouca folga, mas quando ela existe, e existe, é hora de deixar o traje esportivo de lado e escolher o modelito ideal para aproveitar a cidade do Rio de Janeiro. 

De olhar doce e um sorriso que contagia, a ginasta Jade Barbosa vai para a sua terceira olimpíada, uma veterana no esporte. Os treinos das ginastas são duros, doloridos. Fora do centro de treinamento, no entanto, a vida, para Jade, é de uma típica carioca.

— Eu adoro ir à praia. Tanto aqui no Rio, ou quando viajo, se tem praia eu me sinto bem, me sinto conectada com a natureza, em paz. Gosto de ir tanto com a minha família, meu pai e meu irmão, com meu noivo, com minhas amigas, gosto da Barra ou na zona sul – conta.

Campeã olímpica em 2016 de judô, Rafaela Silva, quando entra no tatame extravasa determinação. Um olhar concentrado e uma vida inteira de treinos a impulsionam a derrubar a adversária. Rafaela nasceu na Cidade de Deus, comunidade da zona oeste do Rio, e lutou muito, dentro e fora do tatame, para alcançar tantos títulos e vitórias. Assim como a Jade, está a caminho da terceira olimpíada, mas, diferentemente da ginasta, em dias mais tranquilos, que são raros, ela troca o quimono por roupas de ficar em casa.

— O máximo que eu faço, quando posso, é sair com os amigos para comer alguma coisa e botar o papo em dia – diz.

Bruno Rezende, mais conhecido como Bruninho, um ouro e duas pratas olímpicas, é o levantador titular da seleção brasileira de vôlei. Filho do técnico Bernardinho, ele e o pai vão juntos, novamente, para as olimpíadas, a quarta na carreira vencedora de Bruninho. Em momentos de lazer, revela-se um apaixonado pela cidade.

— Gosto de ir à praia. Hoje, frequento mais São Conrado ou Leblon. Seja durante o dia quanto no final de tarde nos quiosques. São perto de casa e tem aquela energia carioca. Me sinto bem ali – confessa o jogador.

Ana Vitória Magalhães, a Tota, ciclista de estrada, treina, compete e curte a vida ao ar livre. A paixão pelo pedal veio de família e das pedaladas em lugares turísticos da cidade maravilhosa. Localizada no bairro Alto da Boa Vista, com um trajeto totalmente pavimentado, Tota, quando chega à Vista Chinesa, diz que se sente em paz.

— Mesmo você estando em uma cidade grande, caótica, quando você está lá em cima parece que é tudo uma calmaria. E eu gosto muito dessa sensação de olhar a cidade por cima. A mistura do mar, com montanhas e florestas é algo maravilhoso – pontua Tota, que cita também passeios ao Cristo Redentor e a toda área da Floresta da Tijuca, local que considera a sua segunda casa

Ygor Coelho é atleta de badminton, começou a jogar na Associação Miratus, ONG criada e coordenada por seu pai, Sebastião, que oferece aulas da modalidade às crianças da comunidade da Chacrinha, zona oeste da cidade do Rio. Ygor foi o primeiro atleta brasileiro a disputar os Jogos Olímpicos no badminton, feito alcançado em 2016, na sua cidade-natal. Esteve em Tóquio e agora está pronto para jogar sua terceira olimpíada, em Paris. Quando a quadra e a peteca ficam de lado, ele se divide entre o conforto do ar-condicionado e das facilidades do shopping e um programa praiano.

—Com família, com minha esposa, gosto muito de ir ao shopping, e também gosto de ir à praia, na Barra, que é mais perto de casa, do posto 5 ao posto 8. Eu gosto também do Jardim Botânico, do Pão de Açúcar e do Cristo Redentor, quando eu tenho mais tempo, algo raro.