ENTREVISTA COM DANIEL SORANZ: DOENÇA VAI CONTINUAR AUMENTANDO ATÉ MAIO

"A principal medida é a orientação na eliminação do vetor", diz o secretário

Carolina Rocha

Rio Já: Essa explosão de casos de dengue já era esperada na cidade?

Daniel Soranz: Era esperada, sim. A gente está vendo essa explosão de casos no Brasil todo, não só no Rio de Janeiro. Nós vimos o crescimento das dengues tipo 1, 2 e 4. É a primeira vez que temos os três sorotipos de dengue circulando simultaneamente no Brasil. Somando a isso, há períodos de intenso calor alternado com períodos de chuva, que facilitam muito a proliferação do mosquito Aedes aegypti. É uma combinação perfeita para o aumento do número de casos,

Rio Já: Quais medidas estão sendo tomadas pela Secretaria Municipal de Saúde para frear o crescimento do número de infectados?

Daniel Soranz: A principal medida é a orientação na eliminação do vetor. Todos os cariocas que já conhecem o problema da dengue há muito tempo sabem que é muito importante destruir os focos do mosquito Aedes aegypti.

O que a Prefeitura espera para os próximos meses? O número de infectados deve seguir crescendo até quando?

Daniel Soranz: Até maio ou abril. Serão os dois meses com maior incidência de casos de dengue no Rio e no Brasil. Muito provavelmente a gente deve ter o número crescendo cerca de 20% a cada mês.

Rio Já: E quais são os sintomas da doença? Em que momento acende o alerta para buscar uma unidade de saúde?

Daniel Soranz: O principal sintoma da dengue é a febre. A febre está presente na imensa maioria dos casos, seguida de dor no corpo e dor atrás dos olhos. Têm dois sintomas de gravidade muito importantes: dor abdominal e aquela sensação de tontura. Nestes casos, o melhor a se fazer é procurar uma unidade de saúde e se manter muito hidratado com soro caseiro, mas pode ser que seja necessário também uma hidratação venosa ou até mesmo uma internação.

Rio Já: Diversos moradores de Vargem Grande denunciam que o Rio Water Planet se tornou um foco de dengue. Qual o posicionamento da SMS?

Daniel Soranz: O antigo Rio Water Planet é um ponto de muito trabalho para a gente, um ponto estratégico da secretaria. Ele recebe visitas periódicas de agentes de vigilância em saúde a cada sete dias. Lá, a gente não tem foco de dengue neste momento, porque todos os pontos de água são tratados com o BTI, um larvicida. A água também recebeu o peixe barrigudinho, que elimina a larva dos mosquitos. Apesar do aspecto ruim do local, a gente não tem proliferação do mosquito Aedes Aegypti.

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