Amanhã, dia 11, e segunda, 12 de fevereiro, acontecem os desfiles das Escolas de Samba do Rio, na Marquês de Sapucaí, sempre começando às 22h.
No primeiro dia teremos, pela ordem, Porto da Pedra, Beija-Flor, Salgueiro, Grande Rio, Unidos da Tijuca e Imperatriz Leopoldinense, a atual campeã do Carnaval Carioca.
Apresentamos aqui um pouco do que cada escola vai mostra na Avenida.
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PORTO DA PEDRA – Um pandeiro – Briga contra o rebaixamento
Cores: Vermelho e branco * Horário de desfile: 22h * Componentes: 2.800
Presidente de Honra: Fabio Montibelo * Presidente: Fabricio Montibelo * Diretor de Carnaval: Aluízio Mendonça * Carnavalesco: Mauro Quintaes * Mestre de bateria: Mestre Pablo * Rainha de bateria: Tati Minerato * Mestre-sala e porta-bandeira: Rodrigo França e Denadir Garcia * Coreógrafo da comissão de frente: Júnior Scapin * Enredo: “Lunário Perpétuo: a Profética do Saber Popular”.
Após 11 anos na Série Ouro, a Porto da Pedra aposta nas sabedorias contidas em um pequeno livreto na volta ao Grupo Especial. Escrito na Espanha em 1594, o almanaque desembarcou no Brasil, mais especificamente no sertão nordestino, no século 18 e foi o livro mais lido da região durante 200 anos.
Autores do samba: Guga Martins, Passos Júnior, Gusttavo Clarão, Lucas Macedo, Leandro Gaúcho, Clairton Fonseca, Richard Valença, Gigi Da Estiva, Abílio Jr., Marquinho Paloma, Cristiano Teles e Alison Picanço
LETRA DO SAMBA
Olhe pro céu onde a Lua vagueia
As estrelas brilham no chão
Sabedoria é a luz que clareia
Porto da Pedra no meu coração
Sou Seu Lunário! Conselheiro imortal!
Já folheando cada ponto cardeal
Alquimia de almanaque (sou eu, sou eu)
Cada toque no atabaque
(sou eu, sou eu)
Quem acendeu as
lamparinas desse céu?
Quem acendeu as
lamparinas desse céu?
No Brasil, os retirantes são os
astros de cordel
O sertão profetizou, cada flor do Cariri
A ciência desse povo,
eu não guardo só pra mim
Separei as folhas secas
misturadas no pilão
Confiei à rezadeira
uma nova oração
Só porque eu escolhi,
navegar por esse mar!
A viola perguntou para
o santo do lugar (Bis)
Responda, meu sinhô!
Será que é amor?
Meu povo vai passar!
Tanta gente esperou por esse dia
O pincel, a cantoria, nunca
foi ponto final!
E lá do “auto” como a vida é um repente
O estandarte vai na frente
Muito mais que Carnaval!
Vem Antônio, vem menino!
Seu destino é cirandar
Um brincante nordestino
A missão: Perpetuar!
Quarto minguante,
a moringa quase seca
Maré virou, virou luar!
Tem alambique pra beber
na quarta-feira
Okê caboclo, tempo bom vem pra ficar
Quarto minguante, a moringa
quase seca
Maré virou, virou luar!
Tem alambique pra beber
na quarta-feira
Faltava o Tigre, pro Lunário completar
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BEIJA-FLOR – Dois pandeiros – Disputa vaga no Sábado das Campeãs
Cores: Azul e branco * Horário de desfile: Entre 23h e 23h10 * Componentes: 3.300
Presidente de honra: Anísio Abrahão David * Presidente: Almir Reis * Diretor de Carnaval: Dudu Azevedo * Carnavalesco: João Vitor Araújo * Mestres de bateria: Rodney e Plínio * Rainha de bateria: Lorena Raissa * Mestre-sala e porta-bandeira: Claudinho e Selminha Sorriso * Coreógrafos da comissão de frente: Jorge Teixeira e Saulo Finelon
Enredo: “Um Delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila”
A Beija-Flor vai homenagear as nobrezas do Caribe brasileiro através de Rás Gonguila, filho de escravizados que, no início do século 20, dizia-se descendente direto do último imperador da Etiópia. Benedito dos Santos adotou o nome de príncipe na frente do apelido de infância e assumiu o parentesco com o monarca. Gonguila fundou um bloco de carnaval que fez história em Maceió.
Autores do samba: Kiraizinho, Lucas Gringo, Wilsinho Paz, Venir Vieira, Marquinhos Beija-Flor e Dr. Rogério
LETRA DO SAMBA
Aqui é Beija-Flor, doa a quem doer
Do gênio sonhador,
da gana de vencer (Bis)
Tá no meu peito, tá no meu grito
Escola de respeito que coroa Benedito
Em Maceió
O paraíso deu à luz um menino
À beira-mar nasci um rei
E o senhor das ruas deu o meu caminho
Eu acreditei!
Herdeiro da dinastia e das
lutas de zumbi
De palmares as palmeiras e marés
Da cultura e bravura dos tupis e caetés
De nobre engraxate ao novo horizonte
Tem mironga, festa da ralé
Malandragem, frevo, arrasta-pé (Bis)
A magia que avoa, o rosário no andor
A cantiga que ecoa no axé do meu tambor
Gira, mundo, feito pião que
gonguila do jeito
Que me eterniza o bendito dos plebeus
Quando encontro a corte africana
A nobreza alagoana realiza
os sonhos meus
Voa, Beija-Flor
A soberania popular me traz
Num batuque de rás
Um coco, um pouco de samba de roda
E o povo anuncia: É Ela!
Delira, tem Pajuçara no mar
da Mirandela!
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SALGUEIRO – Três pandeiros – Corre por fora para o título
Cores: Vermelho e branco * Horário de desfile: Entre 0h e 0h20 * Componentes: 2.260 * Presidente de Honra (In Memoriam): Djalma Sabiá * Presidente: André Vaz * Diretor de Carnaval: Wilsinho Alves * Carnavalesco: Edson Pereira * Mestres de bateria: Guilherme e Gustavo * Rainha de bateria: Viviane Araújo * Mestre-sala e porta-bandeira: Sidclei Santos e Marcella Alves * Coreógrafo da comissão de frente: Patrick Carvalho
Enredo: “HUTUKARA”.
O Salgueiro homenageia a cultura Yanomami e alerta para a destruição da Floresta Amazônica, causada pelas ambições dos napë (não indígenas) que se acentuaram entre 2019 e 2022. Através da mitologia, a vermelha e branca pretende alavancar a luta dos povos originários por preservação e valorização da Hutukara, o céu que desabou nos primórdios e deu origem à terra-floresta, ser vivo povoado de viventes visíveis e invisíveis.
Autores do samba: Pedrinho da Flor, Marcelo Motta, Arlindinho Cruz, Renato Galante, Dudu Nobre, Leonardo Gallo, Ramon Via13 e Ralfe Ribeiro
LETRA DO SAMBA
É HUTUKARA! O chão de Omama
O breu e a chama, Deus da criação
Xamã no transe de Yakoana
Evoca Xapiri, a missão…
HUTUKARA, ê! Sonho e insônia
Grita a Amazônia, antes que desabe
Caço de tacape, danço o ritual
Tenho o sangue que semeia a nação original
Eu aprendi português,
a língua do opressor
Pra te provar que meu
penar também é sua dor
Falar de amor enquanto
a mata chora (Bis)
É luta sem flecha, da boca pra fora!
Tirania na bateia, militando por quinhão
E teu povo na plateia, vendo a própria extinção
“Yoasi” que se julga:
“família de bem”(Bis)
Ouça agora a verdade
que não lhe convém:
Você diz lembrar do povo Yanomami em dezenove de abril
Mas nem sabe o meu nome e
sorriu da minha fome
Quando o medo me partiu
Você quer me ouvir cantar “Yanomami” pra postar no seu perfil
Entre aspas e negrito, o meu choro,
o meu grito, nem a pau, Brasil!
Antes da sua bandeira,
meu vermelho deu o tom
Somos parte de quem parte,
feito Bruno e Dom
Kopenawas pela terra,
nessa guerra sem um cesso
Não queremos sua “ordem”,
nem o seu “progresso”
Napê, nossa luta é sobreviver!
Napê, não vamos nos render!
YA TEMI XOA! aê, êa!
YA TEMI XOA! aê, êa! (Bis)
Meu Salgueiro é a flecha
Pelo povo da floresta
Pois a chance que nos resta
É um Brasil cocar!
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GRANDE RIO – Dois pandeiros – Disputa vaga no Sábado das Campeãs
Cores: Verde, vermelho e branco * Horário de desfile: Entre 1h e 1h30 * Componentes:3.200 *
Presidente de Honra: Jayder Soares, Leandro Soares e Helinho de Oliveira * Presidente: Milton Perácio * Diretor de Carnaval: Thiago Monteiro * Carnavalesco: Leonardo Bora e Gabriel Haddad * Mestre de bateria: Fabrício Machado (Fafá) * Rainha de bateria: Paolla Oliveira * Mestre-sala e porta-bandeira: Daniel Werneck e Taciana Couto * Coreógrafos da comissão de frente: Hélio e Beth Bejani *
Enredo: “Nosso destino é ser onça”.
A Grande Rio promete deixar pegadas marcadas na Sapucaí através da reflexão sobre o simbolismo da onça no cenário artístico-cultural brasileiro. A narrativa nasce da cosmovisão dos indígenas tupinambá sobre a criação do mundo e cria conexões com perspectivas dos povos latinos. Inspirado no livro “Meu destino é ser onça”, de Alberto Mussa, a tricolor propõe uma metáfora entre a antropofagia e as disputas identitárias no país.
Autores do samba: Derê, Marcelinho Santos, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro, Tony Vietnã, Eduardo Queiroz e Licinho Jr.
LETRA DO SAMBA
Trovejou, escureceu!
O Velho Onça, senhor da criação
É homem-fera, é brilho celeste
Devora e se veste de constelação
Tudo acaba em fogaréu
E depois transborda em mar
A terceira humanidade
Cuaraci vem clarear
Ê, Sumé, nas garras da sua ira
Enfrentou Maíra, tanto perseguiu!
Seus herdeiros vivem essa guerra
Povoando a Terra
A voz Tupinambá rugiu:
É preta, parda, é pintada, feita a mão
Suçuarana no sertão que vem e vai (Bis)
Maracajá, jaguatirica ou jaguar
É jaguarana, Onça Grande, mãe e pai
Yawalapiti, Pankararu, Apinajé
O ritual Araweté, a flecha de Kamaiurá
No tempo que pinta a pedra,
pajelança encantada
Onça-loba coroada na
memória popular
Kiô! Kiô, kiô, kiô, kiera
É cabocla, é mão-torta
Pé-de-boi que o chão recorta
Travestida de pantera
Kiô! Kiô, kiô, kiô, kiera
A folia em reverência
Onde a arte é resistência
Sou Caxias, bicho-fera!
Werá werá auê, nauru werá auê!
A “Aldeia Grande Rio” ganha a rua
No meu destino a eternidade (Bis)
Traz no manto a liberdade
Enquanto a onça não comer a Lua!
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UNIDOS DA TIJUCA – Um pandeiro – Briga contra o rebaixamento
Cores: Amarelo e azul * Horário de desfile: Entre 2h e 2h40 * Componentes: 3.200 *
Presidente: Fernando Horta * Diretor de Carnaval: Marquinho Marino * Carnavalesco: Alexandre Louzada * Mestre de bateria: Casagrande * Rainha de bateria: Lexa * Mestre-sala e porta-bandeira: Matheus André e Lucinha Nobre * Intérprete: Ito Melodia * Coreógrafo da comissão de frente: Sérgio Lobato
Enredo: “O Conto de Fados”.
Em um jogo de palavras, a Unidos da Tijuca apresenta um Portugal mítico e místico. Com olhar mágico e imaginário aflorado, a escola vai contar fatos e lendas populares que colaboraram para a construção da história lusitana. Promete reescrever a colonização e a escravidão com novas cores e mostrar como “as histórias de lá acabaram sendo também as histórias de cá”.
Autores do samba: Moisés Santiago, Líbero, Serginho do Porto, Celino Dias, Aldir Senna, Orlando Ambrósio, Gilmar L. Silva, Marquinho Bombeiro
LETRA DO SAMBA
Gira baiana perfumada de alecrim
Que a Unidos da Tijuca
defuma no benjoin (Bis)
Gira na roda a saia de linho rendado
Que o fado vira samba
e o samba vira fado
Um samba fadado
Ao mar do outro lado
A pescar histórias, memória ancestral
Viaja na bruma da branca espuma
Pra encantar no Carnaval
Vai buscar, no vasto oceano,
o heróico odisseu
Que, além do Egeu, não se amedrontou
Com uma rainha tão só e carente
Mulher ou serpente que
jurou o seu amor
À beira do Tejo, nascia Lisboa
A musa das loas dos seus menestreis
Na praia bravia, o ouro escorria
E o guardião emergia das marés
Põe no balaio um punhado de magia
Das divindades que invadiam o lugar (Bis)
Poe no balaio e amassa com carinho
Que do cacho eu faço vinho pra
colheita festejar
N’alma do fado, mil e uma noites, doces sabores, velho saber
Sonho de sagres… Foi a matamba,
herdou o samba, ifá e dendê
Portugal, das glórias que
revelam o passado
Ao monstro que sangrou escravizados
E veio aportar no mar
Que brilha sob o céu de Vera Cruz
Um banho de alfazema que conduz
O santo rosário e o povo de fé (de fé)
Pra cantar o fado tijucano
Macumbado de amém e axé
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IMPERATRIZ – Quatro pandeiros – Disputa o título
Cores: Verde, branco e ouro * Horário de desfile: Entre 2h e 2h40 * Componentes: 3.200
Presidente de Honra: (In Memoriam): Luiz Pacheco Drumond * Presidente: Cátia Drumond * Diretores de Carnaval: Mauro Amorim e André Bonatte * Carnavalesco: Leandro Vieira * Mestre de bateria: Lolo * Rainha de bateria: Maria Mariá * Mestre-sala e porta-bandeira: Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro * Intérprete: Pitty de Menezes * Coreógrafo da comissão de frente: Marcelo Misailidis
Enredo: “Com a sorte virada pra lua, segundo o testamento da cigana Esmeralda”.
Inspirado no cordel do poeta paraibano Leandro Gomes de Barros, escrito há 100 anos, a Imperatriz se inspira no testamento de Bruges de Esmeralda, manual para interpretação de sinais da vida e do corpo. Os avisos podem vir em forma de sonhos, datas, linhas das mãos ou na astrologia para revelar o futuro. Encontrado na Europa, o testamento foi trazido por ciganos, escondido em um barril, para terras brasileiras. A quem duvida de Esmeralda, ela alerta: “Preguiçoso, não esperes na cama a felicidade”.
Autores do samba: Jeferson Lima, Rômulo Meirelles, Jorge Goulart, Sílvio Mesquita, Carlinhos Niterói, Gabriel Coelho, Luiz Brinquinho, Miguel da Imperatriz, Antônio Crescente, Renne Barbosa e Me Leva
LETRA DO SAMBA
Vai Clarear… Olha o povo
cantando na rua (Bis)
A Imperatriz desfila com a sorte
virada pra lua
Ê Cigana, a caravana está em festa
Tem fogueira, dança e seresta
Nesta avenida da ilusão
Ao som de violão e violino
O verso da mais pura inspiração
Descobri seu testamento
e fiz um manual
Sonhei a vida feito carnaval
Em devaneios e magia
Cerquei por todos os lados,
Riscando a fé no talão
Apostei na coroa e no coração
O destino é traçado na palma da mão
E a vida se equilibra em cada linha (Bis)
Andarilho, sonhador
Na corda bamba do amor
Encontrei minha rainha
(Ô Imperatriz)
Olhei o céu no infinito da constelação
A noite, o véu, eu vi os astros
na imensidão
Fui sob a luz das estrelas
Buscar a certeza da minha direção
Ê luar de balançar maré
Meu cantar é um sinal de fé
Prenúncio da sina da minha escola
O Sol beija a lua no espelho do mar
Já está marcado no meu calendário
Verde-Esmeralda é vitória que virá
O que é meu é da cigana, o
que dela não é meu (Bis)
Quando chega fevereiro meu
caminho é todo seu
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