Não que a gente esteja insinuando qualquer coisa neste fim de carnaval. Mas durante 10 anos, o escritor canadense Shaughnessy Bishop-Stall viveu uma experiência exaustiva. Se empanturrou de uísque puro malte em Las Vegas, engoliu dúzias de canecas de cerveja em uma série de pubs ingleses, bebeu litros de tequila e até desmaiou ao lado de um cacto, enfrentando depois fortes dores de cabeça, náusea e fadiga na busca da substância perfeita capaz de reverter um dos quadros mais aterrorizantes da experiência humana na terra: a ressaca. As alternativas que ele testou deram origem ao necessário “Ressaca: A manhã seguinte e a busca de um homem pela cura”, título ainda não lançado no Brasil, mas que pode ser adquirido eletronicamente na Amazon.
De acordo com Bishop-Stall, uma ressaca é composta de duas forças que se combinam para formar uma terceira força de grande mal. Uma das forças é a desidratação. O álcool é um diurético, razão pela qual as filas do banheiro nos bares são tão longas e porque você acorda com uma compulsão ofegante por água. A segunda força é a fadiga. Embora o álcool te deixe sonolento, ele não permitirá o acesso aos níveis mais profundos de sono, e é por isso que você pode desmaiar por horas e ainda acordar sentindo-se exausto.
Não há qualquer pesquisa científica que ratifique o “estudo informal” do canadense. E identificar a causa de um problema, é claro, não é o mesmo que ter um antídoto. No livro, Bishop-Stall vasculha relatórios e registros, passados e presentes, em busca de supostas curas de ressaca: como encher suas meias com cicuta verde e andar sobre as folhas o dia todo, chupar picolés de laranja, beber suco de ameixa, tomar pílulas de raiz de kudzu, ou ter alguém para enterrá-lo no feno. Ele alegremente testa alguns dos remédios mais exóticos, como flutuar em um lago austríaco curativo enquanto ouve flautas de alto-falantes subaquáticos, ser apalpado por um massagista de mão forte, ferver em um caldeirão de ervas e fazer uma infusão intravenosa de eletrólitos, magnésio, cálcio, fosfato, vitaminas e medicamentos anti-náusea.
Até que o canadense chegou à “resposta definitiva” para acabar com a ressaca. De acordo com ele, o único produto com propriedades eficientes é o franquincenso (também conhecido como olíbano), uma resina usada para produzir incensos e perfume e que tem propriedades anti-inflamatórias e de alívio do estresse. Mas atenção: não ingira a resina! Segundo Shaughnessy, a substância deve ser adicionada à água quente de uma banheira durante um banho de imersão. Moleza né?
