Imagine-se um amante de carros clássicos – e convenhamos, que brasileiros não são?
Imagine-se agora que seja possível ter, na sua garagem, à sua disposição, um destes carros que você sempre sonhou dirigir.
Pois saiba que se você também for capaz de pagar por um desses ícones de sua infância ou de sua juventude – e pagar menos do que imagina, nada que se compare, por exemplo, a uma SUV metida à besta – o sonho é plenamente realizável, em São Paulo há pelo menos 30 anos, e estará ao seu alcance no Rio de Janeiro, em breve, com a instalação de uma filial da “Furlan Automobile”.
Os carros clássicos e icônicos da Furlan são fabricados totalmente à mão. O desenho original, incluindo todos os detalhes e acessórios, é rigorosamente respeitado, mas o carro é construído sob medida para o comprador, incluindo o espaço que ele ocupará para dirigir, ergonomicamente calculado para garantir pleno conforto.
Os materiais usados são nobres e por certo não existiam na época em que estes carros foram criados: metais mais leves e firmes, carroceria em fibra de carbono, mais forte que o aço e 50% mais leve – hoje usada em carros da Fórmula 1 – itens de qualidade e conforto modernos, o que inclui a possibilidade de optar por motores elétricos.
O que o fabricante garante, no entanto, é que, ainda que tenha sido construído com o que há de melhor em tecnologia e inovação, o seu carro é idêntico ao clássico em que ele foi inspirado, sem tirar nem pôr.
O dono da empresa, Rogério Furlan, herdou do pai o gosto pela fabricação artesanal de carros clássicos, o italianíssimo Geraldo, um funileiro mecânico e engenheiro autodidata obstinado que começou a fabricar réplicas perfeitas, uma por ano, nos fundos de sua casa. Fabricava, vendia e usava o dinheiro obtido para fabricar o próximo. Era muito trabalho, mas era sobretudo prazer e paixão, italiana paixão.
Todos os são fabricados por encomenda do comprador e, embora a manutenção do design e dos detalhes do original seja algo sagrado, muita coisa pode ser negociada e definida – motorização, chassi, freios, tipo de embreagem etc, respeitando os padrões atuais de avanço tecnológico e segurança.
A demanda cresceu tanto que Rogério precisou encontrar um sócio – na verdade encontrou uma sócia, Milena Genari Patroni – outra filha de italianos – e graças a ela a fábrica cresceu e hoje tem 30 funcionários.
A Furlan vai lançar uma linha de carros de corrida, para competir. A primeira experiência é a fabricação de um GT40, sucesso histórico das “24 horas de Le Mans”, que Rogério pretende usar nas “Mil milhas de Interlagos”, este ano.
Em suas épocas, os carros fabricados pela Furlan foram chamados de baratinhas, carangos, bólidos, e a maioria deles povoava os sonhos de crianças e jovens que amavam o automobilismo. Hoje, quem sonhou pode ter um deles feito sob medida.