Com a chegada oficial do verão, o setor de bares e restaurantes projeta bons números para o período. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor deve movimentar cerca de R$80 bilhões e gerar mais de 60 mil vagas de emprego entre os meses de janeiro e fevereiro de 2022. O Rio de Janeiro deverá responder por uma fatia de 10% deste montante. A expectativa ainda é de que, no verão, principalmente nas regiões litorâneas, o aumento nas vendas nos bares e restaurantes possa chegar a até 30%.
Uma das explicações para as perspectivas positivas do setor se dá ao fato de que muitas pessoas deixaram de viajar para o exterior. Sendo assim, o consumo interno tem sido alavancado de forma inédita, especialmente nos pontos turísticos nacionais. É o que explica Paulo Solmucci Jr., presidente-executivo da Abrasel. “Muita gente que deixou de ir para o exterior vai para os bares e restaurantes e para as pousadas. Então há muita disposição para frequentar o setor no Brasil, e nós estamos muito animados para que esse movimento seja um momento de arrancada definitiva para encerrar esse ciclo tão doloroso que foi a pandemia”, comentou Solmucci.
De acordo com o Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio (SindRio), a capital fluminense foi a que mais abriu vagas em bares e restaurantes nos últimos 12 meses. A projeção é de que a cidade seguirá capitaneando esse processo de retomada, e deve responder por cerca de 10% da geração de vagas para o setor em todo o país. Para o presidente do SindRio, Fernando Blower, o turismo nesta época do ano tem papel essencial nos números positivos do setor.
“O turismo interno é fundamental e tem sido importante para segurar o faturamento em cidades turísticas como o Rio. Para a cidade, temos uma projeção de rede hoteleira com alta ocupação até o carnaval, que terá reflexos positivos para os restaurantes. Mesmo com o cancelamento dos shows da orla, teremos fogos pela cidade e eventos privados, o que acabou segurando as reservas de turismo”, pontuou Blower.
No entanto, o presidente destacou que o setor ainda sofre os impactos da pandemia. Ele citou pesquisa nacional divulgada no dia 8 deste mês que apontou que 69% dos restaurantes operam com menos pessoas do que consideram ideal, mostrando uma certa apreensão em relação aos resultados futuros. Apesar disso, as projeções são otimistas em relação ao verão. Tanto é que a Orla Rio, concessionária que administra os 309 quiosques entre o Leme e Pontal, investiu cerca de R$ 8 milhões. Serão inaugurados 35 novos points, gerando cerca de 200 empregos.
Segundo a Abrasel, até março do ano passado, existiam um milhão de negócios do setor, empregando diretamente seis milhões de brasileiros. Desses, 300 mil fecharam as portas em definitivo e mais de 1,2 milhão de trabalhadores foram demitidos no último ano, em decorrência dos impactos diretos da pandemia da Covid-19. A pesquisa realizada pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR), pela consultoria Galunion e pelo Instituto Foodservice Brasil (IFB), mostrou ainda que 53% não pretendem sequer fazer contratações temporárias para este fim de ano, e metade dos estabelecimentos deve fechar 2021 no prejuízo e com dívidas a serem pagas em até três anos.